Inicial > Ensino, Mercado de Trabalho > Déficit de profissionais de TI chegará a 750 mil vagas em 2020

Déficit de profissionais de TI chegará a 750 mil vagas em 2020

 Brasil deve chegar ao ano de 2020 com um déficit de 750 mil profissionais de tecnologia da informação e comunicação. A constatação é do IBCD (Índice Brasscom de Convergência Digital), divulgado nesta quarta-feira, 4/5, em São Paulo. O estudo aponta que a falta de profissionais é crescente: em 2010 o déficit foi de 75 mil profissionais e, até o final deste ano, deve chegar a 92 mil profissionais.

De acordo com Nelson Wortsman, diretor de infraestrutura e convergência digital da Brasscom, as causas para a falta de profissionais vão desde o baixo interesse dos estudantes brasileiros por ciências exatas até a alta evasão dos cursos ligados à tecnologia, passando pela criação de cursos em locais onde não há demanda.

De acordo com o estudo, os cursos voltados a TI cresceram, entre 2002 e 2008, 704%. No mesmo período, o número de inscritos nestes cursos cresceu apenas 380%. “Hoje as universidades oferecem praticamente uma vaga por candidato. Quem prestar, passa”, afirma o executivo. Apesar disso, o percentual de evasão destes cursos gira hoje em torno de 80%.

Wortsman lembra também que muitos cursos – mesmo técnicos – são criados em áreas onde o mercado não tem demanda para profissionais de TI, o que acaba os esvaziando. “Fizemos um trabalho junto ao governo do Estado de São Paulo que corrigiu a criação dos cursos de algumas Fatecs e Etecs”, diz.

Mas o resultado do IBCD aponta que o problema pode ser ainda mais profundo. O percentual de evasão indica que muitos dos alunos que se matriculam nos cursos de tecnologia chegam ao nível superior despreparados. De acordo com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a média global de investimento em educação por estudante é hoje de US$ 5,2 mil no pré-primário, US$ 6,4 mil no primário, US$ 8 mil no ensino secundário e US$ 8,4 mil no ensino superior.

No Brasil este investimento é de US$ 1,3 mil no pré-primário, US$ 1,5 mil no primário, US$ 1,5 mil no ensino secundário e US$ 10 mil no ensino superior. “Por aqui se investe acima da média global no ensino superior, mas muito abaixo da média nos demais. Os alunos chegam despreparados à universidade”, afirma.

É um problema para a competitividade do País, que hoje tem apenas 10% de sua população entre 25 e 34 anos com educação superior, contra a média mundial de 34%. Na área de ciências e engenharia, os formandos por ano representam apenas 11% do total, contra 39% na China e 26% no México, por exemplo. “A questão é: não faltam cursos, mas precisamos avaliar com urgência onde eles estão e quais as razões da evasão”, diz Wortsman.

Fonte: IT Careers – Convergência Digital

  1. Avatar de Daniel
    Daniel
    30/05/2011 às 13:06

    Uma vaga para cada candidato? Entao eu aconselho o Sr Nelson Wortsman a ir la na Unicampe fazer vestibular de Ciencias da Computaçao. Só se escrever e esperar pra entrar. Simples!

    • Avatar de Elvis Fusco
      Elvis Fusco
      30/05/2011 às 15:45

      Ele deve se referir a instituições particulares que são a maioria no país.

  2. Avatar de Mario Romeu
    Mario Romeu
    02/02/2012 às 9:56

    Concordo com o Daniel !
    E ainda queria deixar uma reflexão…
    Já que somos poucos, porque não somos valorizados e acabamos gerando atração para novos candidatos para a nossa área ?
    Muito (e põe muito nisto…) dos meu colegas abandonaram a faculdade, pós e até no mestrado quando viram a dificuldade de se formar, a dedicação, a reciclagem constante de conhecimento e atualização de tecnologias, em face ao MEDIOCRE SALÁRIO pago para um nível de dedicação absurdo que nossa área exige !
    Em resumo : O SALARIO É O PONTO FINAL NA CARREIRA DE MUITOS PROFISSIONAIS DE TI NO BRASIL !

  1. No trackbacks yet.

Deixar mensagem para Mario Romeu Cancelar resposta